Os dados do mercado imobiliário de Curitiba não deixam dúvidas de que o setor vive um novo momento. A queda no número de unidades entregues e de alvarás de construção emitidos nos três primeiros meses deste ano marcam o encerramento do ciclo do boom imobiliário e o início de um novo, bem mais comedido do que o vivenciado nos anos anteriores.
Entre janeiro e março de 2016, 2,2 mil certificados de conclusão de obras (habite-se) foram emitidos na capital. O número é o menor dos últimos seis anos e 45% inferior à soma do mesmo período de 2013, trimestre no qual foi registrado o pico de entregas, de acordo com a pesquisa realizada pela Associação dos Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliário do Paraná (Ademi-PR), em parceria com a Brain Bureau de Inteligência Corporativa.
Até o final deste ano, a previsão é a de que, analisando-se apenas os apartamentos residenciais, 6,4 mil unidades sejam entregues pelas construtoras, 7,3 mil a menos do que em 2013.
Lançamentos
Acompanhando o ritmo das entregas, o volume de alvarás para construção residencial emitidos no primeiro trimestre também caiu e atingiu seu menor patamar desde 2008. Naquele ano, 3,7 mil unidades foram licenciadas no período, contra 2,1 mil em 2016. O setor da construção civil tem duas bases, que são a confiança e o crédito.
Porém existe otimismo na retração de tais indicadores por criar um equilíbrio entre a produção e a demanda, ao contrário do excesso de oferta que havia até 2014.
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No curto prazo, em um cenário em que se mantenham as quedas de estoque e oferta de novas unidades, mas no qual a economia melhore, os especialistas alertam para uma elevação do preço dos imóveis, decorrente da conhecida relação entre oferta e demanda.
De acordo com o estudo, a partir de 2017 o mercado prevê reajustes mais alinhados à inflação, mas ainda distantes dos registrados nos anos de euforia do mercado. Em março, o preço médio do metro quadrado privativo dos apartamentos novos era de R$ 6.545,00, 5% superior ao do mesmo mês de 2015. A inflação oficial do período foi de 9,39%, de acordo com o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).
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Fonte: Gazeta do Povo